23/01- Foi um dia difícil este...descemos para a praia de Ponta Verde, com seu longo calçadão que termina lá em Pajuçara. O mar estava lá tranquilo e verde, mas pareceu-me ao amanhecer mar de mortalha. Mergulhei neste oceano verde e passei o dia inteiro por lá. Waldir estava silencioso e triste e eu não podia fazer nada para modificar este humor. Fez sombra durante o dia, o sol escapava no meio das nuvens. Foi um dia de nuvens e sombras. A tarde foi chegando e de repente aquele sol , o mar ficou estrelado, como se milhões de estrelas pousassem aqui nestas águas. Fiquei feliz e corri para o espelho d´água. De longe coqueirais debruçados na água e embarcações coloridas despontavam no horizonte. A beleza natural do lugar não escapou da minha observação.
À noite fui jantar no Restaurante Anamá e o silêncio de Waldir me arrancou mais lágrimas. O silêncio às vezes é pior que a morte.
24/01-Marcamos um passeio com uma das inúmeras empresas daqui para conhecer a praia do Gunga. Fomos de Van com um grupo de 10 pessoas. Visitamos mais duas praias para tirar fotos: a do Francês( que eu já conhecia), Barra de São Miguel, de onde se podia atravessar dentro de uma pequena embarcação onde se poderia ver os corais para chegar em Gunga.Mas optamos em ir de Van mesmo.
A praia de Gunga é belíssima. De areias alvas, vasto coqueiral, com uma linda ponta branca. Aquela paisagem perfeita para foto e pintura. Um desenho caprichoso da natureza. Fui caminhar um pouco pela alvura do dia de mar azul turquesa. O mar é mais revolto, daqueles que embola a gente na crista da onda.Mas havia sol, luz e mar, fiquei conformada diante da beleza.
Waldir permanecia triste e foi para estas águas revoltas. Fiquei distraída, deitada ao sol, quando dei por mim e busquei Waldir no mar e não o encontrei, saí chorando para a mesa de uma família que fora conosco na Van em busca de consolo e do meu esposo. O pessoal percebeu minha aflição e logo acharam o Waldir que havia distraído e estava perdido lá na frente em outra barraca. Desabafei com o pessoal que havíamos perdido a nossa mãe e que o Waldir estava muito triste.
O Wandir( este é o nome dele) era espírita e muito brincalhão, foi sentar lá com a gente e conversou muito tempo com meu esposo sobre a vida e a morte e as circunstâncias que às vezes somos submetidos por Deus. Este homem anônimo e desconhecido lá do Acre nos ajudou muito neste dia. Waldir ficou mais reconfortado e eu mais tranquila. Terminamos este dia da praia do Gunga com a sensação de paz interior.
25/01- Hoje fomos a praia de Paripueira, que significa mar de águas calmas e tranquilas. E que mar tranquilo, gostoso e quentinho. Deve ser algo próximo ao calor do útero materno, me senti protegida por esta beleza e este aconchego. Deitei ao sol, Waldir estava tranquilo. Chegamos nesta praia por volta das 9:30 e a maré estava muito baixa. Dava para caminhar dentro do mar por distâncias com água no joelho, mas a medida que a maré subia o mar ficava um pouco mais ondulado, com aquela crista tranquila de ondas. Deitei na água e me deixei levar para lá e para cá, como se tivesse num balancinho. O dia estava lindo, o sol ardente e a vida pulsava .Minha pele começa a pegar um tom dourado, da cor das falésias daqui. Cor de terra dourada.Gostei disso.
Terminei o dia num restaurante de um português simpático:bar petisco quinta de Santa Luzia. Fomos tomar sopa e encontramos Portugal- comi o pastel de belém, em terras brasileiras. A massa folhada não estava tão suave como em Portugal, e ele explicou que isto se dá em função do clima. Matei a saudade de um petisco doce que encontrei nas minhas muitas viagens e fiquei um pouco mais feliz.
Galeria de fotos
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| Praia do francês |
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| Praia de S. Miguel |
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| Cedinho em Barra S. Miguel |
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| Barraquinhas coloridas no Francês |
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| Embarcação que sai de S.Miguel Para a praia de Gunga |
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| Um paraíso natural: Gunga |
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| Paripoeira |
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| Armações do alagoano Nildo |
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| Embarcações para passeios |
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| Ajudando Waldir nas suas bebedeiras( coisas do Nildo) |
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