O Reinado do "PISO"- Educadores de MOC renovam suas forças no meio do povo!

A Festa de agosto em Montes Claros é o ápice do que temos de melhor em termos de riqueza do folclore norte mineiro. É uma festa religiosa e popular para homenagear Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e o Divino Espírito Santo, onde os catopês, caboclinhos e marujos desfilam pela cidade cantando sua fé e sua história.

Sempre adorei estas festas,pois simbolizam a fé dos homens, o melhor do povo, a celebração da vida e da alegria : o reconhecimento público de que não estamos sós.

Nunca participei desta festa, até ontem. O Sind-UTE organizou o Reinado do Terno( termo associado ao divertimento popular) baseado nas tradições dos catopês/ ou dançantes, utilizando o estandarte: Terno da Greve - Reinado do Piso.


 Foi confeccionado os chapéus, o estandarte e a bandeira. Partimos para a cruzada no meio do povo em plena 19:00 horas de 18 de agosto. Os catopês professores foram renovar suas energias no meio do povo, fomos cantar nossa esperança em dias melhores, fomos lutar pelo Piso e principalmente acreditar que na alegria é possível renovar as forças para novas batalhas.

E o cortejo foi lindo, cantado e dançado pelas ruas e praças iluminadas e enfeitadas de Montes Claros, por bandeiras coloridas e estandantes maravilhosos.

Enquanto o cortejo passava o povo emocionava (pois de longe) parecia os catopês chegando(  geralmente eles passam bem tarde). Mas não, éramos nós , transfigurados nestas figuras mitológicas que aparecem uma vez por ano para encantar o coração  norte-mineiro. 


E a festa foi grande, com a  nossa passagem: Zé Gomes na frente  levando o estandarte, fazendo as evoluções de abertura( muito engraçado) ao lado, a bandeira do sindicato e atrás o grupo catopês/professores com os músicos -  chapéu colorido, cantoria e danças , mostrando para a população que a greve está viva, que queremos o Piso e que não voltaremos enquanto o governo não negociar.

Fomos saudados pelo povo, entramos nos bares, nas praças, em todos os lugares da festa sagrada. Os sons eram desligados e os cantores anunciavam nossa passagem, reconhecendo o direito legítimo de nossa luta.

O governo trama suas contratações para o 3º ano. Até agora, sem muito sucesso. Muito barulho para pouca chuva.
 Leigos de tudo caem nas armadilhas do governo que tenta mais uma vez destruir a educação em Minas. E o que é pior, sem que nenhum dos poderes faça nada para impedir. Lamentável!

Mas nós, avançamos sem medo: cantando e dançando nossa esperança . Eis o nosso recado:

È greve, é greve, é greve de arrasar!
Só voltamos para escola se o governo nos pagar!