sexta-feira, 22 de julho de 2011 |
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OS AMANTES
O amor será sempre motivo de contemplação, vivência e principalmente especulações. Faz parte de nosso ser, é impossivel desligar esta conexão já profundamente instalada no nosso código secreto: o DNA. O amor é uma experiência humana inexplicável, que todos tentam entender/mensurar, principalmente os artistas: músicos, poetas, pintores, escritores e filósofos
Tive a sorte de viver entre artistas e filósofos no interior do norte de Minas - isto é possível em qualquer lugar - basta ter boa vontade, livros e discussões frequentes. Vivi sempre no meio da arte,de pessoas inteligentes. Tenho um irmão pintor- Ivan Gribel, e outro, filósofo e poeta -Otto gribel. A vida pra mim sempre se resumiu neste paradigma- a paixão pelo belo, poético e filósofico Não suporto a truculência nem a idiotice. Infelizmente não é posível viver plenamente a vida, há sempre entraves - a burocracia. o trabalho mal remunerado, a infelicidade de ser brasileiro e a convivência com a tolice alheia, seja real ou virtual.
Tive a sorte de viver entre artistas e filósofos no interior do norte de Minas - isto é possível em qualquer lugar - basta ter boa vontade, livros e discussões frequentes. Vivi sempre no meio da arte,de pessoas inteligentes. Tenho um irmão pintor- Ivan Gribel, e outro, filósofo e poeta -Otto gribel. A vida pra mim sempre se resumiu neste paradigma- a paixão pelo belo, poético e filósofico Não suporto a truculência nem a idiotice. Infelizmente não é posível viver plenamente a vida, há sempre entraves - a burocracia. o trabalho mal remunerado, a infelicidade de ser brasileiro e a convivência com a tolice alheia, seja real ou virtual.
Mas estes dias pude realizar um sonho, adquirir um dos meus quadros favoritos - OS AMANTES- de Ivan Gribel- Este quadro era para estar num museu- o Masp, de preferência, mas agora ele mora em minha casa. Eu adquiri pelo puro prazer de degustar todos os dias( com os olhos) o banquete do amor, tão solenemente discutido na obra de Platão - O Banquete.
Mas voltemos ao quadro, numa tentativa de exegese de seu tema : quero registrar aqui no meu blog amores que se eternizaram na história. Escrever devagar sobre cada um deles, para que meus poucos leitores possam degustar o doce sabor do amor: a terra sagrada onde jorra o leite e o mel.Mas hoje eu vou em busca deste quadro, da delícia que é vê-lo desvelado/desnudado.
Mas os "AMANTES" não fogem a regra: estão deitados serenamente em campo aberto- ele tem uma viola e toca para ela- quase consigo ouvir este lindo som quando o vejo. Ela, nua, saciada do amor completo, tem na mão a máscara dele. Ele é ela- são um no todo, eternizados pelas larangeiras em flor, pelos vastos campos. A máscara na mão dela... Eu não sei o que pensou o artista- talvez, ele enxergue como a submissão dela, mas o artista nem sempre racionaliza, ele as vezes é mero instrutor da intuição universal. O artista pede para ser interpetado, ele não tem necessidade espiritual ou racional de fazê-lo. Ele pinta como quem sonha - de uma forma livre - sem barreiras.
Bem, como estou interpretando o quadro tenho também extrema liberdade de decidir o que fazer com ele -eu não vejo esta máscara dele na mão dela como submissão, apesar de algumas vezes termos de submetermos a essa desordem espiritual e carnal que é o amor, mas sinto na ambiência deste quadro, a entrega plena- do amor pleno - que não pode ser dividido nem compartilhado, mas plenificado.
E o canto vai tão longe, tão suave, que é quase possível misturar com ele e com ela- porque estes sentimentos estão internalizados em nós, como as árvores que rodeiam o casal . Há uma fronteira que divide os dois mundos em que eles se encontram - uma simples cerca de madeira- tão próximo e ao mesmo tempo tão longe - o mundo civilizado, representado por casas, ruas, ladeira. A cerca é a separação do mundo ideal do real.
Mas eles estão sós nesta tarde quase boreal, resultando da efervecência de cores vermelhas, amarelas, azuis- um arco- íris completo rodeia o casal enamorado e feliz.
Há também um livro entre eles. Ela, com certeza, leu carinhosamente um romance /poesia para ele - Neruda talvez, porque Neruda esteve sempre apaixonado, mesmo quando correu o mudo atrás do comunismo. Nunca se esvaziou do amor- este poeta, meu predileto, escreveu cartas de amor e várias canções desesperadas
O amor, sentimento que tem perdido seu significado mais amplo, banalizado, como quase tudo em nossa cultura, mas também, incapaz de morrer plenamente, porque é um dom, uma dádiva- o único lenitivo que restou no vazio extremo de uma cultura que entra rapidamente em declínio : moral e ética.
O amor, sentimento que tem perdido seu significado mais amplo, banalizado, como quase tudo em nossa cultura, mas também, incapaz de morrer plenamente, porque é um dom, uma dádiva- o único lenitivo que restou no vazio extremo de uma cultura que entra rapidamente em declínio : moral e ética.
Quanto ao pintor, IVAN GRIBEL, ele mora numa cidade pequena do interior, Pirapora- MG, leciona Matemática e em quase todo tempo livre ele se dedica a arte. Ele não conhece o cansaço, nem tem o reconhecimento de sua obra. Mas ainda assim ele continua pintando incansavelmente. Ele não aguarda nada, nem fama, nem reconhecimento- pinta tambem pelo amor pleno que sente pela arte . Seu blog trás várias obras deles e disponibizo aqui algumas para meus leitores apreciarem. Mas antes segue aqui o dia a dia de um artista que nunca desistiu de sonhar e amar. Leiam mais sobre ele no seu blog: http://ivangribel.blogspot.com/
Ivan no ateliê
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