A fábula do sindicato é o burro de Goya


"A idéia que permeia o estado é a mesma, sob outras formas e máscaras, que permeia as instituições legais. Se o estado doméstico, o sindicato também marca o mesmo ritmo, está no mesmo diapasão comum ao que é lei no país escrito para casa, escrito para o servo e o senhor, com os devidos privilégios e os negócios jurídicos no mesmo balcão. Uma idéia nacional é sempre a espinha dorsal de uma nação.

(...)O sindicato brasileiro é a casa do presidente e seus componentes, pois os presidente faz as honras como anfitrião e dono da casa, o mesmo acontece com todas as demais pessoas investidas em cargo de comissão, que não conseguem distinguir sua casa, ou lar, do orgão ou instituição que comandam. Usam do sindicato apenas para se promoverem e futuramente se candidatarem a algum cargo eletivo ou construir relações úteis, que poderão render bons frutos a eles e não aos sindicalizados, que servem tão somente para os elegerem e pagar as contas.

(...)No sindicato não há, portanto, como no país ou no estado doméstico que é o Brasil nenhum interesse de promover o bem comum, nem apostam na inteligência, ou em qualquer ato que seja coletivo e, portanto, para promover o bem geral. Isso fica no discurso, nas frases e nas orações pomposas que não terão lugar algum em realidade administrativa alguma.

(...) E a instituição só tende a decrepitude, tornando-se uma instituição que age somente de forma simbólica, seus atos são mais palavras que ação comandada por pensamento e comportamento e contamina todas as relaçoes do sindicato que fica em descrédito pelos sindicalizados e perde a força ou se tem é débil, flécil, movida somente quando há algum interesse do presidente ou de algum membro da casa ou de algum negociante no senado ou na câmara, enfim, na política, que deseje se utilizar da instituições em exclusivo benefício."
Excerto do blog: ottocgribel


As instituições brasileiras, quase todas elas adquiriram ao longo do tempo um perfil doméstico. O sindicato em Minas não é muito diferente, durante alguns anos um grupo ocupou a direção do Sind-Ute arrastando a categoria para greves no mínimo questionáveis, sem conseguir alterar em absolutamente nada a situação dos servidores. O governador Aécio Neves aprendeu com as nossas falhas como controlar a categoria; inclusive ampliando a carga horária com implementação do módulo II para ser cumprido na escola. Situaçao nunca vivenciada pela classe que já cumpria( o módulo) em casa nos horários de folga, que diga-se de passagem são muito poucos.

Na greve deste ano tivemos a atuação da coordenadora Beatriz Cerqueira, que adotou um modelo diferente de fazer greve: baseado em seu carisma pessoal e grandes manifestações públicas semanais na capital com apoio das subsedes regionais e de alguns deputados estaduais .

Não radicalizou as ações, adotando uma postura ponderada, a ponto de coletivamente com o comando de greve e numa Assembléia polêmica suspender a greve e aceitar proposição do governo para negociar.

Durante os dias de negociação com o governo a diretoria adotou a posição dos monges: silêncio absoluto ( mais ou menos 20 dias) insuflando todo tipo de especulação e causando extremo desconforto junto a categoria, visto que claramente pleiteava para si os rumos da negociação. Esqueceram que estavam no sindicato e não no monastério.

Após o término das negociações obtivemos o seguinte resultado:
  • Não conquistamos absolutamente nada para este ano;
  • o Parlamento em perfeita sintonia com o executivo aprovou o subsídio que entrará em vigor em 2011
  • A categoria aguarda o reposicionamento na carreira para saber o que lhe cabe no subsídio
Por fim, estender a minha solidariedade ao professor Euler Conrado e demais professores de Vespasiano que estão sofrendo retaliações do governo doméstico de MG, o que é inadmissível num país dito "democrático" .Ver post de Wlamir Coelho

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1 comentários:

  1. Francisco Neto disse...:

    Tudo isso é muito sinistro... confesso triste.

    Sim. A vergonha não está em que governa, pois há muito já perderam.

    Acho que nós todos é que somos este "burro de Goya" e os políticos encarnam-se de Goya...

    Profº Netto, F.A.

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Professora de história, pós - graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES.

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14:09 29/07/20103