Reflexões de uma educadora: Lei 100, sindicato e governo de Minas.

Lei 100- Respondendo aos colegas- Tereza e outros que me escrevem. Nada       perdido para aqueles que lutam. Os efetivados não escolheram voluntariamente esta situação, foram arrastados gratuitamente pela arrogância do PSDB, que não cumpre Leis e nunca é punido por isto.
No entanto, esta situação já aconteceu em Minas para profissionais que se encontravam há anos no serviço público sem concurso. Portanto, isso não e novo. Foi diferente apenas na forma, porque o governo do PSDB de Minas efetivou até quem tinha alguns meses de trabalho. Estava trabalhando no Estado foi efetivado- com certeza , uma dinâmica de barganha de votos.

O Judiciário, neste caso específico, foi bastante rápido para prejudicar os trabalhadores, mas não tão rápido para garantir direitos Constitucionais como o da Lei do Piso e a inconstitucionalidade do subsídio em Minas, que é muito mais grave e urgente. Me coloco na posição destes profissionais efetivados que dormiram efetivos e acordaram designados e humilhados. Da mesma forma me senti, quando tive a carreira destruída pelo subsídio em 2010.

O papel do sindicato e a urgência do surgimento de novas lideranças:

Há uma perda de confiança no sindicato, isto é fato, basta ver a última manifestação de rua em BH quando da Paralisação Nacional. Meia dúzia de gatos pingados, bem diferente das grandes marchas de 2010 e 2011.
E isto tem explicação : unilateralidade de um grupo no comando do sindicato e com isto todos perderam - eles também não podem liderar porque sufocaram o surgimento de novas lideranças  como os do NDG  e não conseguiram alavancar mais nada em Minas nos últimos dois anos.

No Brasil como um todo, vivemos uma crise de lideranças, os grupos se fecharam - é o poder pelo poder e mais nada. Novas lideranças tem que surgir para contrapor as velhas e resguardar a democracia quase perdida. Na Educação isto e vital, porque trata-se da saúde mental da nação.

Já fiz parte da Articulaçao (facção que comanda o sindicato hoje ) quando eles eram sensatos e corajosos, mas sempre houve vozes dissonantes e isto era muito bom pois enriquecia a democracia . Mas empobrecemos de tal forma que não conseguimos formar novos quadros de liderança  e o resultado está escrito na página de lamúrias e  lamentos pelo Estado.

Beatriz Cerqueira, coordena dois cargos importantes no estado: o Sindute e a CUT. Todas as críticas podem recair sobre ela ( isto é normal) faz parte da democracia. Mas, inegavelmente, ela exerceu enorme liderança em MG nos anos de 2010 e 2011, mas não foi capaz de entender o clamor da categoria  e aglutir novas forças como o  NDG e, a educação perdeu muito com isto: principalmente o Piso. Um único grupo não pode sentar na mesa de negociação sem causar enorme desconfiança. E desta desconfiança nasceu uma enorme rejeição por grande parte da categoria pelo Sindicato.

Mas é tempo de reflexão e o ano se inicia; existe um grupo que quer partilhar o poder com a Articulação, isto já foi contemplado no último Congresso e rejeitado na plenária, por ignorância e manipulaçao da categoria na hora do voto. Este grupo é o NDG, forças poderosas, capaz de arrancar na rua, na praça, frente ao governo qualquer coisa, porque não tem MEDO.

É desta determinação que precisamos, desse vigor e desta energia e, se estes que ocupam o poder hoje no sindicato entenderam que é necessário uma gestão compartilhada e heterogênea conquistaremos na greve o Piso, mas, principalmente, realocaremos os governantes nos seus devidos lugares: meros servidores do povo.

Precisamos aglutinir urgentemente novas lideranças em torno de dois objetivos: salvar a carreira do magistério e a Educação em Minas; porque o que vejo é quase um transe alucinogênio de pessoas querendo sair da Educação. É uma avalanche de desejos reprimidos, de pessoas que estão na escola deprimidas e ansiosas para sair . Para o bem da Educação é melhor que se afastem mesmo.

Em tempos idos, cada escola tinha suas lideranças e paixão pela Educação. Havia fogo entre nós e neste furor nasceram greves vitoriosas e grandes líderes. Hoje, este ostracismo, este amontoado de palavras jogadas ao vento. 
É verdade, exercer liderança é difícil; fácil são as infinitas desculpas para se omitir. Poucas pessoas hoje conseguem se atirar no vazio ou no tudo. Esvaziaram-se do poder de Educar. Esvaziaram-se como balões tristes no fim da festa. Mas sempre existirão os que amam educar, que se realizam plenamente na Educação e eu faço parte deste grupo.

A Educação é mais que um punhado de dinheiro, ela ultrapassa este patamar; mas para que ultrapasse é preciso amar, ter coragem e força para lutar quando seus direitos são atacados e roubados. Dinheiro é preciso - o Piso Nacional não nos deixará ricos mas abrirá novas possibilidades de expansão da mente: livros, viagens, busca incessante de  conhecimento e sensibilidade para ensinar.
O dinheiro pode comprar quase tudo, mas não compra o talento de educar; por isso  insisto, Educar ultrapassa as barreiras limítrofes do dinheiro. Educar é mais que isto. Não estou dizendo que trabalhamos por "missão" como muitos apregoam- isto é mais uma falácia, não uma verdade. O dinheiro é o complemento natural do trabalho.

As riquezas do Brasil, em tese, deveriam ser nossas e por que não são? não seria excesso de comodismo e alienação? Fica aí a pergunta.

1 comentários:

  1. Anônimo disse...:

    Lamento muito lutei com todas as forças que pude, absolutamente sozinha na escola era taxada de louca, quando do subsidio expliquei milhões de vezes e todos iam pra sala como se nada estivesse acontecendo, apenas 2 são efetivos na escola, e agora nem concurso fizeram tenho compaixão mas estou hoje já pra afastar e aposentar, Desejo que acordem e lutem!!

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Professora de história, pós - graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES.

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