Denúncias- para o sindicato apurar e resguardar direitos.

Assunto: direito à licença médica e publicação das aposentadorias no tempo previsto em Lei.

Sobre o Pacto Social:

República subtende   pacto social, aquele em que os governados cedem o poder para os governantes administrarem proativamente  políticas públicas dentro do modelo clássico tripartite.

Democracia é um caminho para que o povo discuta suas relações sociais e políticas com o poder público e  demais instituições, incluindo  os sindicatos e Centrais Sindicais. Em Minas não usufruímos disto, o Estado de Direito não respira por aqui: as leis, decretos, resoluções e outros raios negativos são empurrados goela abaixo, sem que os agentes sociais envolvidos participem, questionem e tenham condição de modifica-las . Em Minas, o PSDB e seus asseclas no Parlamento impõe tudo de cima para baixo, contrariando, portanto, o Direito Constitucional. Com o sindicato(SindUTE) ocorre algo semelhante: a pauta de reivindicações para o ano já está pronta e publicada no site oficial. Resta saber se mais reivindicações estão abertas para negociação e incorporação.

Nossas responsabilidades enquanto "cidadãos":
 
Mas, entendo que os maiores responsáveis por tudo isto  somos nós mesmos, que  alienamos nos mesmos discursos ou sucumbimos aos discursos alheios e deixamos nos levar pelos agentes que nos "representam", sejam eles do governo ou do sindicato.
São tantas as desculpas apresentadas de um lado e outro e tantos encontros entre  sindicato e governo, sem negociação, que fica difícil separar o joio do trigo.

A alienação política também é um forte agravante, prova disto, a permanência de um mesmo grupo político no poder há mais de uma década em Minas: o PSDB e no sindicato, pasmem... tres décadas com a mesma Armação de codinome Articulação.

Avaliando "ações" do sindicato:

Mas como prezo minha profissão remeto isto ao SindUTE, que  em "tese" tem que  ouvir a categoria, seus pares, sejam eles associados ou não. - Li a pauta de reivindicações para este ano: a mesma do ano passado. Não houve  avanço nenhum. Pelo contrário, retrocedemos porque estagnamos nas mesmas coisas, não avançamos uma linha, não ocupamos novas fronteiras e em consequência disto  outras barbaridades vão se desencadeando no estado, e as vítimas não são somente os condenados da Lei 100, os apartados do direito do piso salarial nacional, os rebaixados nas notas de avaliação de desempenho, os explorados pelo aumento abusivo da carga horária no módulo II. NAo! Estes já estão dominados, expoliados, rendidos- estes todos, os servidores/servos do  estado.

A Denúncia:

Os abusos vão se avolumando num crescente sem fim, as vítimas agora  são os acometidos por doenças várias, muitas delas, em decorrência da própria profissão. Os párias são os que vão ao Seplag para encaminharem suas licenças médicas, ou os que se afastam preliminarmente de seus cargos e nunca tem suas aposentadorias publicadas no tempo da lei.

Estas coisas não estão na pauta de reivindicações do sindicato, foram relegadas e se não forem devidamente cobradas não chegarão na mesa de negociação dos direitos humanos; porque na mesa de negociação do governo nunca sai nada. Isto já está devidamente confirmado por todos os envolvidos, ou seriam vítimas?

Quem adoece em Minas tem problemas na hora da concessão da licença , os ajustados pelo estado perderam o direito de adoecer, isto quem me disse foi uma colega ajustada. O perito médico foi categórico para com ela: a senhora já foi contemplada /beneficiada pelo estado. Ou seja, os ajustados não podem adoecer, eles tem que trabalhar morrendo porque o estado já fez tudo que podia fazer por ele. Bizarro!Eu não sei se isto está generalizado, mas se aconteceu por aqui pode avançar pelo estado; portanto, tem que ser apurado.

 Me encontro de licença por problemas de saúde e esbarrei no início do ano com a Nova Resolução que exigia laudo descritivo. Estava em mãos com uma licença de 90 dias voltei com 15 para pegar o laudo, mas me encontrava com toda a documentação exigida, menos o laudo descritivo. Retornei ao médico e trouxe o laudo com 90 dias  e mais uma vez tive meus direitos cassados. O laudo médico de um especialista também não foi respeitado. Entendo , que o perito do Estado é um médico, mas não de todas as áreas do corpo humano, portanto, ele não pode questionar o laudo de um especialista. Questionei o perito, mas ele é apenas mais um médico recém nomeado que se diz sob o jugo da Lei.  Na Resolução consta que o perito tem autonomia  para decidir , mas na prática , a autoridade máxima do estado se impôe e a relação paciente e médico ficam comprometidas. Perdemos o senso de respeito, de dignidade, de autonomia?

Conclusão:

O povo agora em Minas é comandado a ferro e fogo( mas dizem sob o jugo da lei) ; o povo, a saber, os servos, cidadão, guardas, médicos, advogados, juízes, cientistas, professores...) todos sob lei e máscara de ferro, uns com maior, outros com menor ganho remuneratório, mas todos reféns do estado. 
A realidade é que o Direito Constitucional tornou-se  apenas um adorno em Minas Gerais.

As discussões em MG são mínimas, rasteiras. Não conseguimos dialogar de forma alguma. Há um monólogo e um repeteco tanto do governo quanto do sindicato e os trabalhadores no meio desta autocracia toda. O mundo estreitou-se muito por aqui, quase um encurralamento, um campo de concentração, carregado de lamentos. Perdemos o canto e o encanto- não encontro mais o canto de libertação que foi o motor da minha geração e que escreveu belas páginas e que foi sufocada pela máquina  estatal e também sindical, este último quando  deixou de ouvir o clamor da classe ou foi a classe que perdeu a capacidade de leitura dos fatos com suas  devidas cobranças?

O meu desabafo está feito, a denúncia formalizada para o sindicato, cabe a eles colocar na extensa pauta mais esta reivindicação e resguardar os Direitos da classe.

Em tempo: uma cópia do texto será enviado para a coordenadora.

0 comentários:

Postar um comentário

Quem sou eu

Minha foto
Professora de história, pós - graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES.

Seguidores

Pesquisa

14:09 29/07/20103