Fim de ano: O que a vida quer da gente é coragem.

O Rio de Janeiro-um deslumbre!


Preciso terminar este ano escrevendo algo equilibrado para meus leitores, poucos, mas fiéis,  amigos construídos ao longo da luta pela dignidade e verdade contra este planeta sujo e corrompido. 

Este foi o ano mais triste da minha vida, perdi grandes amores, pessoas ricas e perfeitas para mim. Esvaziei tão completamente que adoeci de uma forma profunda no corpo e na alma.. Não tive ânimo de escrever uma linha, tudo me causava dissabor. Mas Deus me recompensou com belezas variadas nas quatro viagens que fiz este ano: Maceió , Serra Gaúcha, Rio de Janeiro e São Paulo. A alma alquebrada mas a beleza de todos estes lugares me anestesiou temporariamente. E para calar a imensa dor me matriculei num ateliê de pintura, após a aposentadoria de um cargo no Estado. Um dia na semana me refugiava neste estúdio e durante 4 horas esquecia de mim. Me transmudava para outro planeta- o das artes,que é de fato a minha maior paixão.

Passei a não assistir jornais para não mergulhar na violência cotidiana, mas vi a ocorrência das prisões dos chamados mensaleiros e vi a propaganda de Aecio nos meios de comunicação. Muitas pessoas no Brasil deveriam estar presas, o povo brasileiro sabe disto, e fará suas escolhas nas próximas eleições . Se serão certas ou erradas não sabemos, pois o Brasil viciou em corrupção e jeitinhos e maneirices várias. Sempre foi assim...

Para escapar do turbilhão, Deus enviou uma iogue para me auxiliar, juntamente com variados amigos de todas as religiões para me refugiar em  planos menos densos, tentar acalmar a mente e silenciar o grito deste mundo barulhento. 

Teci neste blog algumas linhas das férias de janeiro em Macéío , da beleza calma e cristalina do lugar, aquele mar azul turquesa, verde esmeralda. Aquelas milhões de estrelas pousadas no espelho d'água. Vibrei numa frequência melhor, mais fina e equilibrada. Depois foi o encanto da Seera Gaúcha, em pleno inverno, zero grau de uma experiência primeira. Mergulhei na beleza, enrolei-me no véu suave da cascata do caracol, caminhei na floresta negra e comi o strudel de maça, um doce delicado, típico da Alemanha. Em Gramado e Canela visitei suas igrejas, simples e belas. Adentrei no labirinto verde de Nova Petrópolis, incrivelmente perfumado e fiz um delicioso passeio no trem que passa em cidades que remontam grandes nomes da nossa história: Bento Gonçalves, Garibaldi...mergulhei nos inúmeros  sonhos dos Riograndense; no show do grupo Korvature, no Minimundo, um pedaço do mundo inteiro, em miniatura, construído por avós zelosos de agradar os netos, hoje parilhado com o mundo.

 Conheci pessoas de todas as regiões e uma senhora afortunada de ternura que me escreve cartas ainda hoje de nome Florinda. Fui perdendo e ganhando- Deus resolveu me testar como faz com cada ser humano em dado momento de sua vida terrena. Mas continuo aqui fiel aos seus desígnios, tentando suportar.

 O Rio de Janeiro , ah! com é lindo! Em cada volta uma surpresa, uma beleza de arrepiar- aquela enseada azul de longas crinas de ondas da alvura do dia. Fui ao Cristo Redentor nas alturas para ser abençoada, em busca de socorro para esta senhora menina  que chora de saudade!
 O Pão de açúcar se apresenta com a mais bela vista do mundo, jamais imaginados por esta viajante- um deslumbre no meio daquele vento todo. 

Fui ao teatro, sem arte morro, mas Deus permite beleza e fui ao teatro Municipal, vermelho/dourado e deslumbrante para ver Anã Botafogo dançar! Bailei nos sonhos dos artistas, fui embalada.

Niterói, visitei também, para apreciar obra-prima da arquitetura Nacional : E fui em dia de chuva  para ver o disco voador de Niemeyer, ou seria sua flor? Encravada nas rochas com vista para céu, mar e montanhas. Entrei na nave solitária, e deitei nos colchões esparramados pela chão da nave e voei para longe,pois havia vários tons de azul nesta viagem. Vidros transparentes misturavam a nave com tudo. Misturei-me então...

São Paulo, tão grande, fui lá passar o Natal com os parentes de meu esposo.  Mas há lá o Museu da língua portuguesa e fui em busca de poesia, os sons e cantos dos homens- foi bom ouvir Drummont, Fernando pessoa, Guimarães Rosa, Quintana e outros grandes da língua portuguesa, interpretados no escuro de um grande salao, com animações coloridas do teto ao chão para fazer a interação. Cazuza também estava lá em cartaz com toda a sua rebeldia e firmeza: ideologia, eu quero uma pra viver! Eu também.

Hoje, termina o ano, em tese humana sim, mas para mim ano não tem fim até que Deus nos arrebate desse para outro plano


O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem..” 
Guimarães Rosa





























4 comentários:

  1. Pintor Zueira disse...:

    Amiga! Que bom vê-la por aqui! Sim a vida é um ato de extrema coragem, pois "viver é muito perigoso". Ficamos felizes com a sua recuperação, Jesus é o Senhor de todas as coisas. Um feliz 2014 para você e sua família, continuem nós alegrando com suas postagens. Felicidades mil, abraços fraternos de Lú, Gilbert e Gilberto. PS. Você mora em nossos corações.

  1. Marly Gribel disse...:

    Lu, Gilberto e Gui, amigos espirituais verdadeiros, destes para atravessar as barreiras do tempo e espaço. Moram também em meu coração! Desejo a vcs toda a paz e saúde, pois o resto a gente conquista!

  1. Anônimo disse...:

    Querida não a conheço pessoalmente mas conheço profundamente a sua alma linda e tão singela.Uma flor no canteiro da vida esperando a chuva, o sol o vento .Amo seu jeito de escrever e interpretar a vida.A vida exige coragem que você tem de sobra.Que Deus lhe abençoe sempre.Feliz 2014 a você de todo meu coração.

  1. Marly Gribel disse...:

    Agradeço a generosidade de Unknown.

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Professora de história, pós - graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES.

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