GREVE - uma proposição inócua para os educadores de MINAS GERAIS.

Na hora mais escura que passa os educadores e a Educação em Minas, com o fim das carreiras, asfixiados pelo subsídio e agravados ainda mais pelo aumento crescente da carga horária no ano de 2013, pode parecer estranho ao leitor essa afirmativa.

A GREVE, em "tese", seria o instrumento mais eficaz de luta para sairmos deste sufoco, desta opressão. Mas, em termos práticos( reais) permanecemos com o mesmo quadro: governo burguês e autoritário, parlamento conivente e judiciário atrelado aos demais poderes e, para piorar, o mesmo grupo comanda o sindicato.

De concreto acumulamos dois fracassos sucessivos com a greve de 2010 e 2011. O momento, portanto, não nos favorece: o governo é o mesmo, o parlamento também e o sindicato não consegue sair do mesmo discurso: a luta para eles só passa pela greve. Mas as últimas greves não redundaram em nada, ao contrário, aumentou ainda mais o fosso da nossa pobreza: material, moral e intelectual. Fomos literalmente aniquilados.

A proposta do sindicato da Greve, pela greve e para a greve é no meu entendimento inócua e a proposição, caso aceita pela categoria, com certeza, não será muito diferente dos outros anos: o governo economizará, não nos pagando os dias parados e nos sacrificará como já o fez por duas vezes. A proposta de greve, portanto, é só mais um discurso vazio do sindicato, que projeta para os educadores aquilo que estes aspiram: ter seus direitos reconhecidos e retomados.

O sindicato utiliza da velha propaganda, o mesmo jargão, o jogo de palavras, uma prática comum e usada corriqueiramente por políticos, sindicalistas e governo. O discurso pelo discurso e só.

Precisamos de novos paradigmas, novas formas de luta - tão eficazes quanto as do governo e burguesia - e a primeira é o combate e  desmistificação da propaganda oficial do governo de que o Estado paga até mais que o Piso, entre outras aberrações, como o aumento abusivo da carga horária dos professores.  E isto já foi sugerido inúmeras vezes ao sindicato, mas este não concretiza o mínimo, muito menos irá disponibilizar o máximo: o sindicato mal atualiza seu site; muito menos escuta  a categoria. Eles visitam as regiões como  fazem os políticos e se questionados, eles camuflam a realidade e não realizam nada do que é proposto( todos se lembram dos outdoor de combate à propaganda enganosa do Governo) Alguém viu? Quantas cidades foram contempladas? Que estratégias foram utilizadas pelo sindicato para desmascarar o governo na mídia? Quanto foi gasto em propaganda para contrapor o governo?

Mais importante que a greve é trabalhar estratégias futuras para as eleições que se aproximam: de combate ao governo do PSDB e seus aliados e principalmente de seus lacaios no parlamento. Temos que aumentar as cadeiras da esquerda no parlamento em todo o país. Temos que minar aos poucos as forças burguesas. O Parlamento reina soberano e burguês no Brasil, sem oposição e Lula passou por inúmeras dificuldades e atualmente Dilma.

Dilma enfrenta todo tipo de crítica, crise, escândalos -  realçados ainda mais pela elite burguesa, que controla a mídia,  para conspirar contra a esquerda que emerge muito lentamente no Brasil.

Euler , em seu blog elucida muito bem esta questão do controle dos meios de comunicação de massa pela burguesia em um dos seus textos.

No meu entendimento, esta proposta de greve é seguramente só mais uma tentativa deste sindicato de não sofrer terrivelmente de seu próprio veneno:  esvaziamento.


3 comentários:

  1. Anônimo disse...:

    Um grande abraço companheira !

    Excelente texto para reflexão dessa classe que clama por justiça!
    Nossa batalha será nas redes sociais, contra a corja fascista da tucanalha.
    Já está compartilhado !

    FORÇA NA LUTA SEMPRE CONTRA O PROJETO DE DESGOVERNO DO AÉTICO NEVER.

    André buzina.

  1. Anônimo disse...:

    hoje no Brasil não tem direita ou esquerda . estão todos do mesmo lado , a corrupção o jogo das cadeiras
    nos ministérios acabou com a democracia

  1. João Paulo Ferreira de Assis disse...:

    Greve é um tiro no pé, digo isto, embora pertença à chapa do SINDUTE, na sub-sede de Barbacena.

    Uma greve para ser eficaz precisa de uma longa preparação, com planejamento nos mínimos detalhes. Depois fazer uma articulação com os outros sindicatos estaduais, o que poderia ser feito através da CNTE. Se essa articulação fosse feita, marcar-se-ia uma greve nacional dos professores estaduais e dos municipais das principais cidades. E quem sabe dos federais. Outras categorias seriam convidadas a aderir a essa greve nacional, que seria convocada pelas respectivas confederações de sindicatos.

    Poder-se-ia criar níveis de colaboração para as escolas que não quisessem entrar em greve. Essas escolas trabalhariam na retaguarda para ajudar nas despesas, seja com um jantar de adesão, com uma ação entre amigos, um bingo (iniciativa particular dos professores e não das escolas), um baile entre outras sugestões.

    Mas do modo que tem sido feito não surte os resultados esperados porque o Estado já tem o antídoto, contratar substitutos não necessariamente competentes. Houve numa escola que estivera em greve um caso em que o professor titular foi dar o visto num caderno de aluno do Fundamental, e viu uma suástica desenhada. O professor explicou que não podia, que isso era crime, e qual não foi a surpresa dele, quando os alunos lhe disseram que a suástica havia sido desenhada em todos os cadernos por ordem do professor substituto, que passou isso como atividade valendo ponto.

    Ainda se deveria estabelecer nú

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Professora de história, pós - graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES.

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