Avaliando o movimento: sai das trevas e monta a luz!

O movimento dos educadores - para onde vai?

Após 112 dias de greve com suspensão cabe aqui avaliações.

1-Avaliar as avaliações do Sind-UTE, ou de seus representantes  legais .

O Comando geral de greve considerou a greve positiva. Aí eu pergunto: em que sentido?

Positiva é quando se alcança o que se pretende. Onde os acordos são concluídos em definitivo. Até o presente momento não houve acordo nem quanto ao dias parados, as reposições, os pagamentos zerados. Ou seja, as coisas mais simples de se negociar numa greve não foram contemplados. Claro, não podemos esquecer que aqui "democracia" só figura no dicionário ou na Magna Carta. A democracia só existe no Brasil na base da fachada. Mas , independente disto, não podemos fazer o mesmo discurso: do faz de conta, que tá tudo bem, que vai dar certo, que tá andando. Não está.

 Falou-se também, numa avaliação da diretoria que tem uma intenção do governo("intenção") de atencipar o 13º salário. Mas que loucura é esta, o 13º já foi resgatada com antecedência por parte da categoria em greve. Ou seja, por este ângulo os professores permanecem em grande e grave crise.

 Os educadores reclamam o prêmio de produtividade. O governo obviamente mente, dizendo que não tem receita. Mas teve receita para designar mão-de-obra desqualificada para ocupar nossas vagas. O MP, a ALMG todo mundo sabe que receita existe, mas resolveram coletivamente com o governo nos castigar . Mas até onde vai isto?

Reuniões são agendados, mas o aluguel não espera, as contas de água, luz, telefone, o dinheiro para o ônibus... Converso sempre com os mais sábios dentre os meus colegas e até entre eles há um desespero, um receio, um medo. É como se de repente o Estado perdesse o fôlego, o ânimo , a vontade de fazer coisas. Há uma impotência nos rondando. Isto não é bom.

2-Avaliando nossas ações nesta greve:

Quanto as responsabilidades? Todos nós sabemos que o Governo jogou muito pesado. Mas nós sabíamos disto quando entramos na greve, sabíamos que se não ficássemos unificados a coisa desandaria. Por que muitos recuaram? Cabe a cada um fazer sua avaliação pessoal, pois se nos encontramos neste mar de incertezas temos nossa cota de responsabilidade. Ao fazer o retorno antecipado, os professores temerosos, não garantiram absolutamente nada, pelo contrário, todos foram penalizados, inclusive os que retornaram.

Quanto ao Governo: Lamentável, comporta-se de forma vingativa, enrolando, adiando de forma crudelíssima as regras da negociação: mentindo, arrastando, levando a categoria sabe Deus para onde? Não ganha ele absolutamente nada com isto. Criou-se nestes longos dias, grupos muito radicais, que têm força para chamar a categoria novamente à resistência. E sem pagamento é impossível trabalhar, ou será que ele não comprendeu isto ainda?

Quanto aos diretores: Muitos resolveram fazer o joguinho do Estado: de instaurar o terror entre os seus pares e somos sempre ameaçados( claro que nem todos diretores participam destas maldades) mas inclusive já há ameaças de que com 5 faltas anuais já estaremos sofrendo processo administrativo e isto, segundo estas, a mando de Anastasia, que já mandou fazer levantamento de faltas não justificadass desde o ano de 2010.

3-Como devemos comportar nos próximos dias( minha opinião pessoal)

Tem mais uma rodada de negociações, é importante arrancar as coisas mínimas, porque em tese, não há como Anastasia escapar do Piso Salarial para o próximo ano. Até Estados pobres da federação já o fazem. Este ponto ele não tem como escapar. E a União irá ajudá-lo nesta empreitada,( pelo menos foi revelado isto durante a greve, pelo MEC, ou outra entidade governamental) já que segundo ele, o Estado não tem dinheiro. É "pobre"?( do Espírito das Leis, com  certeza) e ele não pode ultrapassar o que ele chama de suas "responsabilidades fiscais".

Outro ponto abordado na reunião: O governo se negou a demitir os professores designados e portanto, não pode nos pagar( porque se é "pobre" não tem como pagar dois funcionários para mesma função).

 Conclusão: não receberemos nada este ano, porque ele vai pagar os designados para ficar lá à toa. Não seria então o caso dele nos anistiar no tempo de serviço e nos colocar em férias coletivas. Pagando é claro, o que nos deve: Prêmio de produtividade, 13º salário, recomposição dos salários reduzidos quando do nosso retorno para o antigo sistema remuneratório, visto que pela Lei isto não existe. Enfim, ele estaria nos devendo várias coisas confiscadas nestes últimos meses, inclusive o Piso, para todos que optaram pela antiga carreira, já este ano.

Portanto, temos direito de forma retroativa, dentro do salários confiscados e atrasados: a recomposição dos salários reduzidos de forma ilegal e o Piso, que seja, o de 712,00, retroativo ao período da publicação do acordão.

O que não pode permanecer é este estado de caos, enrolação e deterioração da saúde dos educadores, que atualmente estão sem rumo, desorientados, pressionados, no hospício que se tornou as escolas de Minas Gerais. Eu mesma, já estou arrítmica.

Portanto, companheiros, no meu entendimento e na minha avaliação, conquistamos até agora só aborrecimentos e muito sofrimento. Se permanecer como está até a próxima reuinião, é dever do Sindicato  decretar estado de emergência e calamidade em Minas, porque os professores estarão terrivelmente prejudicados e sem condições de sobrevivência. Recorrer aos orgão nacionais e internacionais( de apoio e proteção em casos de calamidades públicas) porque é isto que está ocorrendo em Minas, no sentido de mitigar o sofrimento daqueles que estão sem alimento,  sem condições de locomover para o local de trabalho, sem condições de pagar aluguel e escola de seus filhos e pior de tudo, trabalhando de graça.

( Sai das trevas e monta a luz
ó ginete do cavalo baio do Apocalipse!... )









2 comentários:

  1. Maria Jose mestra UFMG disse...:

    http://www.hojeemdia.com.br/colunas-artigos-e-blogs/chamada-geral-1.319592/dia-do-professor-1.354673 A TRISTE REALIDADE DE MINAS, A FARSA, A CORJA!
    http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/e-hora-de-peitar-os-sindicatos-de-professores-escreve-ioschpe!
    SONHAR É BOM SOMOS ALICE EM CONTO DE FADAS!

  1. Anônimo disse...:

    Sobre a Greve

    1º Os professores entraram de greve sem informar os alunos e os pais sobre o o que iria acontecer e o motivo de entrarem no movimento. Seria necessário antes de entrar de greve entregar uma folha para cada aluno para os pais informando sobre a situação. Depois do início da greve, NINGUÉM sabia o motivo e o que a greve reivindicava.

    2º Inúmeras vezes o trânsito foi parado sem nenhum aviso prévio; erradíssimo. Vocês tem o direito de entrarem em greve mas não tem o direito de prejudicar os outros. Isso chamou atenção mas trouxe revolta por parte dos motoristas e antipatia por parte da população.

    3º Não chamar o Governador e demais membros do governo por apelidos, isso é baixaria e não é algo digno de um educador, além de incitar a raiva deles e propiciar ainda mais prejuízos para a classe.

    4º Não deveriam ter se sentido inferiores, como eu vários momentos eu pude perceber, como se fossem coitados.

    5º Não fazer o Blog do Euler um muro de lamentações, pelo amor de Deus! Estamos aqui para buscar soluções e resolver os problemas e as dificuldades que encontramos. Quem vem aqui agora acha que vocês estão pedindo é esmola, ao invés do piso salarial na carreira.

    6º Essa idolatria sobre a Beatriz que é prejudicial. Não se pode nem arriscar falar mal do nome dela que muitos usuários vem com mil pedras na mão prontos para defende-la. Aliás... um ídolo que nem mesmo parabeniza os educadores do Dia dos Professores.

    7º A greve deveria ter sido ocorrida como o professor sendo o ser de grande prestígio que é. Temos o exemplo dos bancários: uma greve cirúrgica, previamente combinada e sem grandes algazarras, o governo em algum momento teria de ceder. A única coisa que os bancários fizeram foi colocar panfletos no banco informando que estavam em greve e o motivo, a própria ausência de funcionários nas agências bancárias falou pela greve.

    8º Da próxima vez... tenham o respeito que a classe lhes oferece e deixe a greve falar por si só.

    Thiago Madureira
    filho de professora.

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Professora de história, pós - graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES.

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