E os educadores mineiros sofrem repressão na cidade administrativa

E os educadores mineiros, em greve, por mais de um mês sofrem represálias na bela cidade traçada por Oscar Niemeyer. As abóbadas celestiais do mestre vislumbram a violência, a ignorância, a falta de respeito por aqueles que educam os mineiros. E tudo isso para não se cumprir a lei, o direito, a responsabilidade com a coisa pública.
E os educadores perdem a voz na planície extensa , sem carro de som, sem música, sem direito. E mulheres frágeis são empurradas enquanto a tropa de choque aguarda com gás e mangueiras de águas...O que podemos contra eles? O que eles podem contra nós? Os porões sombrios de Anastasia tomam proporções cada vez maiores e mais distantes ficamos da democracia.
O silêncio da mídia diante de nossa inocência, nossa pobreza, nosso luto. O silêncio, a omissão, o vazio.

Eu não estive lá, mas assisti com pesar mais esta violência, mais uma dentre milhares de outras que sofremos todos os dias.

Eu não estive lá, mas guardo no peito a dor deste dia- a voz perdida, o silêncio...não combina com quem pratica a arte de falar e ensinar todos os dias. Mas eles conseguiram.

A linha verde, cor da esperança, perde todo seu significado simbólico , sua força , sua mística; fica pequena , do tamanho daqueles que governam Minas. LIBERTAS QUAE SERA TAMEN. Esta ideia jaz guardada até hoje no museu dos Inconfidentes, em Vila Rica, atualmente, Ouro Preto.

Pudesse eu, libertar os leões de Essa, do mestre aleijadinho, figuras mitológicas, que mais parecem carrancas, adormecidas nos porões escuros do museu de Aleijadinho : afugentaria para longe a tropa de choque, de violência e de medo que aterrorizaram meus irmãos professores na ampla e bela cidade que chamam de cidade administrativa. Os quatro Leões de Essa, soltos na vasta esplanada.. Seria a melhor homenagem para comemorar os 300 anos da cidade de Ouro Preto, a nossa cidade LUZ.