Greve em MG e Nabuco de Verdi em BH: não dá para perder!


O impossível aconteceu: deflagou-se nova greve em MG. Motivo: receber o que já está constitucionalmente ganho - parece piada mas faz parte da tragédia cotidiana brasileira - greves aqui e acolá - para resgatar o que já é DIREITO, mas que nunca é de FATO.
Aqui nestas bandas brasileiras, mineiras, pernambucanas, não se cumpre o Direito, ele não existe, apenas coexiste como idéia, pronta para desabrochar, mas que nunca se rompe, porque é impossível num país marcado pelos poderes sempre oligárquicos, incapazes de ceder para o "direito", para a lei, para a constitucionalidade.

Nabuco de Verdi desabrocha para mim, como um bom alimento para ser degustado nestes dias incrédulos de greve. A tragédia italiana com sua beleza e loucura lembra um pouco este cativeiro que ora nos encontramos. O coro dos escravos hebreus é belíssimo ( ouço um pouco todo dia) e vai preenchendo aqueles espaços vazios que vão sendo deixados em nossa alma ao longo da vida.

( Va, pensiero, sull"ali dorate)"vai, pensamento, sobre asas douradas"... vai buscar o que é nosso, que não pode ser perdido. Nossa fé, nossa alegria!
A minha neste momento, reside na arte e espero ansiosamente por esta ópera, como alimento e como lenitivo.

Nabucco é uma ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, com libreto de Temistocle Solera, escrita em 1842. A ação da ópera conta a história do rei Nabucodonosor da Babilônia. Foi escrita durante a época da ocupação austríaca no norte da Itália e, por meio da várias analogias, suscitou o sentimento nacionalista italiano. O Coro dos Escravos Hebreus, no terceiro ato da ópera (Va, pensiero, sull'ali dorate, "Vai, pensamento, sobre asas douradas") tornou-se uma música-símbolo do nacionalismo italiano da época.

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Professora de história, pós - graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES.

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14:09 29/07/20103