ZUMBI: um valoroso herói


Questões novas estão sendo postas na ordem do dia das escolas e, dentre elas, a mais significativa dos últimos tempos, as políticas voltadas para a valorização de ações afirmativas e reparação com as raças indígenas e negras. Políticas públicas que, obviamente, são resultado das lutas do movimento negro no Brasil que apesar dos 500 anos de exploração e discriminação, soube resistir e passa a exigir seus direitos.

O racismo está presenta nas escolas, a discriminação contra o negro está presente na sociedade e, as estatísticas indicam isso: os negros têm piores salários, os piores empregos, moram grande parte nas favelas e o acesso à escola é sempre de pior qualidade, com números expressivos de repetência e evasão. Detectar o problema foi o primeiro passo para a mudança, problematizar o tema em todas as instâncias, principalmente na educação, significa descontruir o mito da democracia racial no Brasil e reconhecer que ainda hoje os negros, inígenas são vítimas de um sistema injusto que os relega às piores condições de vida na sociedade brasileira.

Reverter esse quadro, buscar saídas para este grave problema é o grande desafio desta nação , do coletivo social organizado e principalmente da escola.
20 de novembro passa a ser o dia da Consciência negra, data prevista no calendário escolar e também no calendário nacional, data de morte de um herói até então desconhecido pela nação: ZUMBI, de Palmares.

Quantas pessoas de nosso país tiveram acesso de dialogar com o passado e resgatar esse grande nome da nossa história? ZUMBI, negro que simboliza não somente a resistência à escravidão, mas, sobretudo, a luta de todos os homens, todas as raças, em todos os tempos, pelo ideal de igualdade, justiça e fraternidade.

Resgatar ZUMBI de Palmares é destruir o mito de que negro é sinônimo de escravidao, despertar na consciência de todos que negro é luta renhida pela liberdade e igualdade, é a perfeição da obra prima de aleijadinho em todas as partes do patrimônio colonial mineiro, o espírito da sabedoria plena do escritor mais popular do realismo: Machado de Assis. E mais, muito mais, basta que nos debrucemos sobre a história para contemplarmos a riqueza que vem do berço africano .

Resgatar a África em toda a sua dimensão epistemológica, resgatar a cultura afro-brasileira; tudo isso é possível, plenamente possível. Somos responsáveis cada um pelo coletivo e pelo todo, basta que mudemos a nossa postura e atitudes diante dos fatos. E como, educadores, temos mais esse desafio a vencer, criar novas metodologias e estratégias pedagógicas no escola para garantir a criança negra e indígena dessa e das gerações vindouras o resgate de sua cultura, do seu valor . Exigir cada vez mais políticas públicas que favoreçam esta vasta parcela da população que teve sua memória destruída por 500 anos.

Resgatar ZUMBI do quilombo de Palmares como herói nacional foi um importante passo para mudar o rumo dessa história

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Professora de história, pós - graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES.

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14:09 29/07/20103