Sobre a desfiliação: O SIND-UTE já não me atende, nem representa.

Caminhamos sozinhos em MG


Pretendo desfiliar esta semana deste sindicato inoperante,  conivente e inútil. Não há mais nenhuma razão para ter descontado em meu contracheque;  números, mesmo que ínfimos, para algo que não atende meus interesses de classe, meus anseios e na qual não acredito mais. 

Não pretendo atender nenhum chamado desta instituição, não os ouvirei mais, não compactuarei de suas enrolações, de sua falta de representatividade na história de lutas frente ao Estado. 

O Estado cumpre seu papel burguês - diminui os investimentos nas áreas sociais para salvar seus pares e o sindicato que deveria contrapor  ao governo, possibilita cada vez mais o aumento das disparidades, visto que não alavanca nada diferente dos ditames da Casa Grande.

Este ano que inicia fomos mais uma vez lesados  no que tange ao cumprimento do módulo II : estamos reféns da escola, com horários aumentados, apesar da carga horária (em algumas reduzidas). Temos que permanecer no ambiente escolar para cumprir horas que não serão trabalhadas adequadamente porque não existem computadores disponíveis para o desenvolvimento de nossas atividades laborais, que se passam hoje exclusivamente na frente de um computador.

Não há Wi fi nas escolas( pelo menos nas que trabalho) para que possamos levar nossos aparelhos, portanto, não haverá produtividade alguma, porque já entramos na era digital mas as esferas governamentais de Minas não. Neste sentido não há de se pensar que haverá produtividade nestas horas ociosas, mas aumentará sim a ânsia de muitos em abandonar a instituição que aumenta as horas mas não aumenta nossa capacidade de criar, muitos menos nossos salários.

Na contramão da história, os mineiros educadores só pensam em coisas imediatas, como pagamento de prêmios, lei 100 - coisas minúsculas no universo das maiúsculas. A alienação dos educadores de Minas habita a Casa Grande e reproduz o discurso da mesma. Há por aqui uma alienação típica de mineiros que só conheceram opressão desde os tempos imperiais - é como se Minas não conseguisse sair do casulo - presa no passado alienante, sem crenças no futuro - muitos mineiros escrevem páginas tristes todos os dias e misturam num só balaio o joio e o trigo. Não sabemos separar  fruto de veneno e continuamos conspirando contra avanços visíveis em vastas áreas sociais do Brasil, trazidos por Lula e realçados pelo governo Dilma. 

Os mineiros (com certeza, não serão todos) vivem no reducionismo e isto repercute nos aspectos reais de nossa vida cotidiana- na escolha dos prefeitos, na escolha dos deputados e senadores e no futuro próximo na escolha do presidente(a). Minas escreverá sua página... e pelo nível de alienação, Aécio ganhará em Minas porque a Casa Grande não saiu dos muros de Minas e nosso sítio é apenas de  lamentações.

Não consigo falar com os mineiros, perdi a capacidade de comunicação. Posso dialogar com outros Estados mas nunca com Minas- ela esvaziou-se para mim e eu para ela.


13 comentários:

  1. Anônimo disse...:

    Excelente reflexão profa!

  1. Luiz Eduardo Arruda / São Paulo disse...:

    Fantático!!!!!!!!!!!!!!! brilhante!!!!!!!!!!!!!!!! Parabéns!

  1. Anônimo disse...:

    Marly,envie este texto à CNTE.Já enviei minha reclamação e já obtive minha resposta.Belo texto1 "Tô contigo e não abro" Regina.

  1. Não há nada para mudar neste texto. O que poderisa ser feito é acrescentar, pois, ainda existem muito mais coisas que estão escondidas ou muitos não querem ver.
    Sobre o Sindicato, vou contar uma passagem que aconteceu comigo. Em 2003, a direção da subsede que pertenço estava correndo das escolas, não tinha moral nenhuma. Então começaram a procurar pessoas para montar uma chapa, mas ele mesmos não entraram. Me convidaram com o seguinte argumento que teria de ter no mínimo 7 integrantes para que a subsede continuasse a funcinar e estavam tendo dificuldades par encontrar pessoas dipostas, então, disse que poderia colocar meu nome, eu não sabia que a situação deles diante da classe era ruim e nem sabia que a chapa não iria ter o nome deles.
    Eles montaram a chapa de modo a dificultar a direção de trabalhar, incluindo pessoas sem o menor compromisso e com interesses particulares.
    Praticamente trabalhei sozinho. Como na época eu entrei na chapa de oposição ao grupo do Hilário a nível estadual, isso contribuiu ainda mais para atrapalhar o nosso trabalho. recebemos uma dívida da direção anterior de quase 15 mil Reais e depois de dois meses na direção recebemos um ofício da direção estadual cobrando a dpivida e se não apresentássemos um cronograma de pagamento em 15 dias o repasse para a subsede seria retido. nunca trabalhei tanto e de graça por uma entidade como trabalhei pelo Sind-UTE. E ainda para aumentar os desafios, a secretária estava cumprindo ordens da direção anterior e não nossa, para que nosso trabalho fosse pífio e eles voltssem na eleição seguinte como única solução.
    Mas consegui administrar os recursos, sem deixar de cumprir nenhuma atividade e ainda pagamos a dívida no primeiro ano da gestão. contudo, os desafios continuaram, só conseguimos trabalhar tranquilamente quando dispensamos a secretária. (continuarei)

  1. (continuação)
    No segundo ano de trabalho, criei um site para a subsede para divulgar as ações do sindicato e colocava, detalhadamente, todos os meses a prestação de conta da entidade. Isso foi o estopim para aumentar a perseguição a mim, principalmente. Então uma dirigente do sindicato que nunca deixou de participar da direção estadual, ficou incumbida da perseguição.
    (Essa diretora é professora da rede municipal e foi liberada para se dedicar ao sindicato, no entanto, o sindicato pagava um salário extra para ela equivalente a dois salários de professor da rede estadual. Na reeleição, minha chapa presionou para que alguns da direção anterior entrasse na chapa, acabei aceitando. Nós ganhamos a eleição, curiosamente, a chapa teve 56% dos votos e eu tive 68% na votação para o conselho geral.
    Contudo, o desgaste foi tão grande que logo em seguida tive de me licenciar do estado por questões de saúde. iria me afastar das atividades do sindicato, mas a direção estadual me obrigou a renunciar. O fiz com consciência do dever cumprido, mas com as despesas com medicamentos por causa daquele excesso de trabalho. Nunca ninguém do sindicato me procurou para saber se estava precisando de ajuda. Na eleição seguinte, a direção que ajudei a eleger, pedeu a eleição para um grupo que não tem nenhum compromisso com a classe e, sim com eles mesmos. Só para exemplificar o coordenador geral, não deixa que ninguém tenha acesso a prestação de contas do sindicato (logo que saí do sindicato o site foi fechado para não ter de continuar a colocar as prestações de conta para o público), o coordenador geral separou da mulher e passou a ter de pagar uma pensão e, como teve de mudar da casa, foi pagar aluguel, depois de 3 anos na direção da subsede, já comprou carro e uma casa, acreditem com o "salário de professor". Denunciei estes fatos várias vezes para a Beatriz via seu blog, no início, se interessou, mas quando relatei a situação e que por atuação da diretora estadual do seu grupo havia contribuído para essa situação. Ela parou de me responder os emails.
    No Ano passado descobrimos que o coordenador geral estava negociando com o Deputado Lafayete Andrada um cargo na superintendência, pois, não aguentava mais a sala de aula. A operação não deu certo porque descobrimos a tempo. Mias um detalhe, existem muitos, Esse coordenador pertence ao grupo de "oposição" a direção estadual.
    Hoje, estou aposentado por invalidez e percebo um salário mínimo por mês e ainda tem um desconto de 87,00 reais que será efuado em 25 parcelas, porque durante o período que fui afastado e até a publicação da aposentadoria o estado me pagou o valor integral.
    Me mantenho filiado ao sindicato, depois que me afastei nunca mais voltei a subsede, mas como Mahatma Ghandi disse:"Eu creio no cristo deles, mas nunca crerei no cristianismo deles". A toda ação há uma reação de igual intensidade. Estão brincando de Deuses. Defendem a casa grande por que seus desejos é pelo menos de conseguir chegar ao pé da mesa da casa grande. Mas acredito que um dia a casa vai cair e quero estar para ver, não por vingança, mas a justiça tão escassa neste país, um dia será feita não pelos homens, porque não é possível fugir das reações de nossas ações.

    Parabéns pelo texto.

  1. Maria José da Costa disse...:

    também pretendo desfiliar, pois desde 2012 que venho tentando conseguir meu reposicionamento e a resposta que eu tive é que será em 2016, enquanto isso eu que tenho 22 anos de serviço no estado continuo ganhando apenas por 13 anos, e esses, nosssos representantes do Sind Ute ficam omissos em relação a nossa causa, então porque continuar contribuindo com um sindicato que não olha por seus filiados. Quando Beatriz veio aqui onde moro em Arinos-MG, eu entreguei minha solicitação em suas mãos, se passaram vários meses e até hoje não obtive nenhuma resposta dela, quem sabe amanhã eu terei

  1. Anônimo disse...:

    ja cansei de dizer em outros comentarios, que o sindiute,se calou diante dessa vergonha chamada lei 100,simplismente porque muitos afetivados cntribuem com o sindicato. o sindi ute não tem moral mais para representar o trabalhadores em educação.

  1. Anônimo disse...:

    Quero me desfiliar do sindUTE, mas não encontro o imóvel deste aberto,é









    Em Pará de Minas não encontro o SindUTE aberto, pois pretendo me desfiliar, mas não consigo. que deverei fazer para que isto aconteça?



  1. Anônimo disse...:

    Perdi totalmente a confiança neste sindicato, pois já foi atuante no período de 80, hoje só querem usufruir dos benefícios que ele dá, me cansei.Cheeegaaa.

  1. Marly Gribel disse...:

    Basta procurar a Seplag de sua cidade para desfiliar. Mas eu ainda permaneço filiada .

  1. Anônimo disse...:

    Também quero desfiliar. Agora já sei onde recorrer. Agradecida.

  1. Anônimo disse...:

    José Clair de Oliveira
    Necessito que me mande o formulário de desfiliação. Pois até isso o Sind Ute nos esconde e tenta nos privar do direito democrático de ser ou não sindicalizado. Já que em nenhum lugar da net eu encontro o tal formulário.

  1. Marly Gribel disse...:

    Basta ir na Seplag/ MG

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Professora de história, pós - graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES.

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