O mundo do Trabalho: Estão nos roubando a vida!

"As transformações ocorridas no mundo, com o desaparecimento do campo socialista e a expansão sem limites do capitalismo, representam uma ofensiva brutal contra os trabalhadores e o mundo do trabalho. 
A maioria esmagadora da humanidade gasta grande parte de seu tempo de vida trabalhando- para enriquecer algumas outras pessoas- a atividade do trabalho é a que ocupa a esmagadora maioria das pessoas e do seu tempo de vida"

No caso específico do professor mineiro isto se torna aberrante/extenuante.
Além do cumprimento de cargas horárias semanais que variam em torno de 36 horas aulas por semana( a maioria dos professores tem dois cargos no estado e ou no município),  restam ainda às horas previstas para as atividades extra classe - de planejamento, correção e confecção de provas e trabalhos. Horas estas previstas em lei, mas em Minas transformadas em torturas, adotadas como modelo de gestão no governo do PSDB com Aécio Neves e Anastasia.

Explicando: em cada cargo durante o mês o professor tem que cumprir mais 8:00 horas de permanência na escola, após o término das aulas para atividades de planejamento. Algumas escolas dividem o tempo: 4 horas por quinzena, e outras utilizam os sábados para realização deste tempo.

Como funciona isto? Bem, é possível concluir que após trabalhar o dia inteiro com alunos de faixas etárias diferentes e em escolas diferentes, não é muito simples permanecer na escola após o término do dia de trabalho, ou retornar a ele em pleno sábado. Geralmente, este tempo é muito mal aproveitado, visto que o professor já está cansado e  a maioria das escolas não disponibilizam computadores para realização destas tarefas de planejamento e estudo( sem contar que os computadores em geral ou estão desativados ou de conexão lenta).

Na maioria das vezes, estas reuniões enfadonhas, realizadas em ambientes pouco confortáveis, nas salas de aulas(com cadeiras desconfortáveis) servem apenas para torturas psicológicas várias, transformando-se em reuniões administrativas de cobranças, críticas, momento em que muitos dos gestores aproveitam para execrar funcionários- onde já presenciei muitas brigas, e professores se retirando em lágrimas do local de trabalho).

Fica claro que, nestes espaços não é possível existir debates ou ações construtivos, apenas temos nossos dias e horas roubadas, porque durante a semana inteira e mesmo nos finais de semana levamos inúmeros serviços para casa- leituras e confecções de trabalhos e provas, correções das atividades diversas desenvolvidas em sala. Enfim, levamos para o meio familiar as tarefas escolares. Geralmente, as nossas casas são abarrotadas de livros, papéis e materiais diversos- uma loucura!

Diante destas constatações e DENÚNCIAS também - é possível perceber que o trabalho do professor  é algo que não se esgota na sala de aula, nem se finda nunca e indiferentemente disto ganhamos salários miseráveis e trabalhamos quase  como escravos. Digo sempre aos meus colegas em dias de "Módulo II" : só falta pôr o tronco e dar as chibatadas!

Temos que colocar na nossa PAUTA DE LUTA a exploração do trabalho, a alienação do mesmo. Não podemos permanecer inertes e calados enquanto nosso tempo de viver é exaurido desta forma nas mãos destes carrascos do século XXI.

Não temos tempo para a família, para os amigos, para os necessitados. O nosso eixo roda em torno do trabalho( e mal remunerado ainda).

Precisamos urgentemente trabalhar a questão da consciência humana - e a escola é o espaço para iniciar esta discussão e levá-la para as ruas, os fóruns nacionais e internacionais, para os movimentos organizados e, atualmente desalinhados( cada qual em seu quadrado) em torno de uma causa comum- precisamos avançar na luta pela emancipação humana em todas as dimensões porque infelizmente, o capitalismo nos enredou tal qual uma serpente( O Leviatâ) para roubar nosso tempo de vida!


PS: Professor Euler disponibilizou um texto no seu blog que narra a exploração do trabalho dentro do seu cotidiano. Vale a pena ler- É o retrato do Brasil de Fato. Ver Blog do Euler Conrado.


13 comentários:

  1. José Alfredo Junqueira disse...:

    Marly,você tá sabendo que saiu uma ótima matária no Jornal Brasil de Fato,mostrando a farsa do piso em Minas?E outras cositas mais sobre Minas.Confira!

  1. Marly Gribel disse...:

    Não, vou ler! Obrigado. Temos que achar aliados! Não é possível tanto sofrimento,

  1. Prof.Fábio disse...:

    José Alfredo Junqueira, Boa Noite!
    Com toda siceridade, você está me deixando em pânico... ou vamos para a ruas e pedimos o impitman do governador ANASTASIA O DITADOR QUE DESTRUIU MINAS GERAIS!RECORDAM DO MOVIMENTO DIRETAS JÁ CONTRA A DITADURA? E OS CARAS PINTADAS?Esses dois movimentos demonstraram como ao exercer nossa cidadania podemos tomar as rédeas do destino e alterar política do Brasil , NÓS SOMOS MUITOSSSSSSSSSS! HORA DA REAÇÃO
    Abraços Marly, como sempre brilhante texto a total realidade de MINAS GERAIS!

    Prof. Fábio

  1. Marly Gribel disse...:

    Prof Fábio, acho que estamos muito quietos, engolindo todas estas barbaridades de MG. Precisamos criar uma rede de discussões com a comunidade e entre nós mesmos. Não é possível isto que está ocorrendo em MG. BASTA né! Cabe mobilizações coletivas mesmo, tal qual as da Diretas. Um abraço!

  1. Betim disse...:

    Estou impressionado abro o google seu nome está lá,em varias linguas...
    Parabéns!!! excelentes textos!!

    Atenciosamente
    Carlos André

  1. João Paulo Ferreira de Assis disse...:

    Professora Marly

    Eu acho que nós tínhamos de criar um espaço de denúncias de assédio moral dentro da escola. Mas nós professores precisamos criar coragem. Veja que o próprio espaço que a Beatriz Cerqueira criou no blog dela só tem a narrativa de um caso, lá de Jaíba.
    Todos os nossos gastos com saúde, principalmente com aqueles que foram gerados por doenças adquiridas na escola, devem ser documentados. Tudo que nós compramos para dar para nossas escolas, fazendo um papel que definitivamente não é o nosso, também deveríamos documentar. E exigir ressarcimento judicial.
    Penso, Professora Marly Gribel que a única linguagem que o governo do Estado entende é a do confronto através da Justiça.

    Eu tenho formação jurídica (sou bacharel em Direito)e esse tipo de formação é muito útil para nós professores de História. Depois que eu estudei o curso de Direito, nunca mais abordei a antecipação da maioridade de Dom Pedro II da mesma forma. Foi estudando Direito Constitucional que fui ver que houve um golpe de Estado em 23 de julho de 1840. Foi golpe, pois não se observou o processo legislativo.

  1. Marly Gribel disse...:

    Denuncias existem e muitas. Mas as sre sao coniventes com os gestures e os srvicos de defensoria gratuita inoperantes.enfim,existem poucos caminhos e o principal que e a pressao pela greve , este infelizmente anda mal conduzido pelo grupinho articulacao.

  1. Anônimo disse...:

    PF diz que 81 autoridades são citadas nas escutas
    Agência EstadoPor AE | Agência Estado – 3 horas atrás
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    O delegado Matheus Mella Rodrigues afirmou nesta quinta, na sessão reservada da CPI do Cachoeira, que durante as interceptações telefônicas feitas na Operação Monte Carlo há 81 autoridades com foro especial citadas nas conversas. Na lista, constam vereadores, deputados federais e estaduais, senadores, secretários de estado, ministros do Supremo Tribunal Federal e até a presidente Dilma Rousseff
    Na sua exposição, o delegado também disse que foram interceptadas com autorização judicial 260 mil ligações, das quais 17 mil consideradas pela PF como importantes para a investigação. Houve ainda 4 mil ligações fortuitas, quando surgem pessoas que originalmente não tem vinculação direta com os fatos sob apuração.
    Nos diálogos, o nome do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, foi citado 237 por pessoas envolvidas no esquema comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. A Monte Carlo levou à prisão Cachoeira e seu grupo no final de março.
    O investigador disse que, em apenas duas ocasiões, Perillo aparece conversando diretamente com Cachoeira. As ligações, segundo parlamentares ouviram do delegado, serviram para marcar com a participação dos dois.

  1. Anônimo disse...:

    olha a presidente dilma em escandalo!

    grupo Chachoeira!

  1. José Alfredo Junqueira disse...:

    Prof. Fábio,não entendi o motivo do seu "pânico".Pode explicar melhor?A informação correta do que aconteceu e acontece(cisa rara)em Minas só pode nos ajudar.Ou estou errado?

  1. José Alfredo Junqueira disse...:

    Retifico,"coisa rara".

  1. Josy e companheiros/Divinópolis disse...:

    A fome bateu em BE(ATRIZ)?
    Agora que a categoria não confia mais nele nem neste sindicato inútil! Já passou da hora da renúncia! A nova chapa vai destruir ANASTASIA E ARTICULAÇÃO!
    SALVE... SALVE GRANDE MARLY , GRANDE EULER NOSSO TOTAL APOIO!
    TURMA DE DIVINÓPOLIS

  1. Anônimo disse...:

    Os maconheiros estão com mais força do que nós! A marcha da maconha está só crescendo.E nós chupando dedo.Ninguém nos apoia.

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Professora de história, pós - graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES.

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