OFICINA DE HISTÓRIA

CANDIDO PORTINARI, criança morta, 1944, óleo sobre tela

DA PÓS-MODERNIDADE À TRANSFIGURAÇÃO MÍSTICA

Transfigurar, do Lat. transfigurare, palavra que significa modificar, transformar. Nesse momento histórico específico de crise mundial, que gera medo e insegurança em todo o planeta, somos chamados , ás vésperas da Páscoa, à conversão. Despir-nos do que somos e nos revertermos ao homem novo, transfigurado pela luz divina, como o fez Jesus Cristo no alto da montanha para Pedro, Tiago e João. Viver experiências simples, singelas, afetivas nessa Quaresma, estar realmente com o outro, participar da mesa da partilha em todos os sentidos humanos: com alegria, leveza e a consciência tranquila de que a paz só será possível se houver justiça social e comprometimento de todos.
Partindo dessa premissa: paz e justiça social, propus aos meus alunos do 9º ano da Escola Estadual Gonçalves Chaves, a experiência da transfiguração a partir da releitura da obra de Cândido Portinari "criança morta." Despidos da roupagem pós-moderna, do consumismo, do individualismo, do narcisismo, vivenciar no corpo e no espírito a experiência (vivência) de retirantes pobres, vítimas da miséria, da fome, do abandono e da morte.
A proposta foi aceita pelos alunos que, com muito entusiamo, apresentam ao mundo, no slideshow, quadros vivos de transfiguração mística.
A professora agradece a todos o carinho e o empenho e receita o modelo do justo, contido no salmo 14:

Senhor, quem há de morar em vosso tabernáculo?
Quem habitará em vossa montanha santa?

O que vive na inocência e pratica a justiça,
o que pensa o que é reto no seu coração,
cuja língua não calunia;
o que não faz mal ao seu próximo,
e não ultraja seu semelhante.
O que tem por desprezível o malvado,
mas sabe honrar os que temem a Deus;
o que não retrata juramento mesmo com dano seu,
não empresta dinheiro com usura,
nem recebe presente para condenar o inocente.

Aquele que assim proceder jamais será abalado.
Marly Gribel